quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A voz dos leitores: comentários à última crónica do provedor

Em relação ao seu artigo de 17 de Fevereiro, venho juntar o meu apoio e concordância com a investigação realizada. Embora, como diz, as notícias não se façam por referendo, vêmo-nos hoje, novamente, na necessidade de defender a liberdade de expressão e o dever do conhecimento (algo que em verdadeira democracia nunca se questionaria).
Joaquim Santos

Finalmente, resolveu o provedor, na sua página de 17 de Fevereiro, dar notícia das muitas cartas que recebeu "condenando" o PÚBLICO pela "pseudo-investigação" de JAC (QUANTOS CORRUPTOS JÁ DENUNCIOU?) em relação à actividade profissional de José Sócrates há cerca de 25 anos!... Ora, tendo focado a proporção dos desalinhados com os alinhados (20 para 1), não deixou, porém, de considerar justificada aquela proporção, ainda que mais valera que tivesse comparado a proporção de cartas de leitores sobre o assunto publicadas em apoio e desapoio para tirar conclusões sobre a imparcialidade do jornal! Pois...
Doutro lado, as justificações de JMF e JAC são primárias e
pífias (o que revela má consciência), em especial as do segundo (pese embora a "insuspeita” São José Almeida o reclamar de profissional prestigiado com décadas (!) de "investigação"), que reconhece que apenas desde 1995 é que se dedica à "área da investigação" (quando, como diz, o PS chegou ao poder no Governo e na Câmara de Lisboa, como se não houvesse mais centenas de câmaras no País). Pois!...
Não há pachorra para ressabiados e desonestos!
Sérgio Brito, Lisboa

Considerei do máximo interesse para o PÚBLICO e para os seus leitores a última sua crónica, baseada em comentários destes últimos, entre os quais me incluo, já que, se bem que nunca acreditei nem acredito na mínima influência do eng. Belmiro de Azevedo no PÚBLICO face à OPA, achei aquelas “histórias de J. Sócrates” notícias sensacionalistas, de 1ª página, que não se coadunam com a referência e a qualidade do jornal. Julgo que isso foi mais ou menos compreendido por JMF, e não sei se aceite!
Continuo a considerar da máxima relevância o lugar de provedor, dado fazer chegar ao director este tipo de comentários, o que o comum do leitor - o que lê o PUBLICO - não consegue fazer.
Pelo que em Fevereiro o trabalho do provedor, com início em Janeiro, é de muito mérito, e por certo assim vai continuar.
Augusto Küttner de Magalhães, Porto

A propósito do tema em causa, venho fazer algumas considerações que acho oportunas. Assim:
1. Este Governo entrou forte no que diz respeito à marcação e condução da agenda politica junto da sociedade em geral e em particular na comunicação social. Os resultados têm sido positivos para ele (Governo). Os exemplos são multiplos, embora alguns de carácter caricato e demagógico. É o caso, por exemplo, da promessa das creches que já tinham sido prometidas. Mas desde o princípio o PÚBLICO não alinhou na onda da propaganda. Este facto tem causado muitos engulhos à máquina de propaganda, tornando-se mais evidente no panorama nacional dos media pelo facto de ser quase o único orgão de informação que não está às ordens do poder político. Os efeitos começam a surgir. “As campanhas pessoais contra o PM e outras do estilo”. Assim dizem eles. As vítimas!
2. A tese da “operação revanchista” da Sonae tem aspectos interessantes. Se assim fosse, então finalmente o PS estava a assumir o que sempre negou – a interferência do Governo num acto puramente da esfera privada. Por outro lado, quem atribui acções deste tipo ao patrão da Sonae ou não o conhece ou tem andado a dormir ao longo destes anos e não acompanhou as “guerras” que ele tem travado com os diversos governos e entidades politicas.
3. Até agora parece que ninguém veio a desmentir os factos relatados nas notícias do jornal. Porque, se são falsas, processam-se o jornal e o jornalista, se são verdadeiras, assumem-se sem meias mentiras ou inverdades.
4. Faltava a cereja para rematar o bolo. Mas já não falta. A desorientação que grassa na classe política foi explicitada e objectivada pelo sr. presidente da CML, e desta forma encerrou por completo a discussão que vinha ocorrendo. São todos uns mauzões… os do PÚBLICO. E nós (os bons) as vítimas!
António Carvalho, Lisboa

Leitor que sou desde o 1º número do PÚBLICO, devo dizer que é um jornal imprescendível. Quero com isto dizer que a minha qualidade de vida também tem a ver com a qualidade dos artigos que adquiro, e, apesar de não poder adquirir o jornal diariamente, diariamente leio a edição on-line, e se o jornal fechasse ficaria triste. Triste, repito! Só hoje pude ler a edição de domingo, 17 de Fevereiro, e fiquei bastante atónito com as críticas feitas pelos socialistas e não só ao facto de o jornal andar a publicar artigos que não abonam em nada a favor do sr. primeiro-ministro. Devo dizer que concordo perfeitamente com a frase com que o provedor fecha o artigo, de que os políticos maduros e responsáveis devem saber conviver com a crítica. Mas, por diversos exemplos já dados, parece que os nosso políticos querem ficar impunes às asneiras que cometem, responsabilizando os jornalistas pelos ataques (?) que lhes são feitos. Será que merecemos os políticos que temos? Ao jornalistas e ao jornal devo dar os parabéns por fazerem notícia de forma independente e séria de coisas que realmente interessam aos portugueses. A liberdade, seriedade e honestidade de informação passa pelo PÚBLICO.
Pedro Carneiro, Ermesinde

Li com todo o interesse e atenção o seu artigo publicado na edição de domingo, 17 de Fevereiro. Quero dizer-lhe que subscrevo inteiramente as opiniões expressas por António Costa. Não é de agora que, segundo minha opinião, o PÚBLICO não é isento. Para que Joaquim Vieira veja que a minha opinião não está a reboque de qualquer actualidade, peço-lhe que leia a carta que enviei ao director desse jornal em 4 de Abril de 2002. Há quase seis anos. Tudo o que lá escrevi mantenho, sem alterar uma vírgula. Queria estar enganado, e, infelizmente, não me sinto tal.
Repito a ideia de que os governos e os governantes não podem e não devem estar isentos de críticas quando for caso disso, mas criticar não é assassínio de carácter, como por exemplo o sr. Cerejo, em catilinárias freudianas, fez a João Soares enquanto presidente da CML e à família Soares em geral. Recordo-me que, na véspera das eleições autárquicas, ganhas (formalmente) por Santana Lopes, o dito sr. Cerejo publicou um artigo terraplanando João Soares. Mas que isenção, sr. Vieira!
O meu estado de alma em relação ao PÚBLICO não ficaria completo sem lhe dizer que os jornalistas no geral, e este jornal em particular, têm bem contribuído para apresentar o País como um recanto miserável, de políticos corruptos e incompetentes e com um povo acéfalo. Têm promovido o espírito tão "tuga" do nacional-lamurianismo, do "esgarçadinho" que só sabe dizer mal e lamuriar-se. Creio mesmo, mas desejo estar enganado, estar a ser seguida uma linha editorial ao estilo Paulo Portas, que agora parece aquele caçador histérico e inexperiente que dispara na direcção de quaisquer arbustos que mexam.
Ainda quero dizer-lhe que não são publicadas notícias agradáveis, positivas. Não é laudar uma acção governativa só para escrever bonito. Não confunda, por favor. Trata-se, sim, de fazer algo para tirar este povo da capadócica lamúria já referida. Se o PÚBLICO não for a versão séria do Jornal do Crime é já uma grande ajuda. Só negativo corrói, destrói, caustica e estigmatiza.
A qualidade é difícil, mas ainda não deixei de comprar o PÚBLICO, embora já o tenha equacionado algumas vezes, porque não perdi a esperança de o ver transformado em El País, que leio diáriamente em versão internet e que considero um paradigma de como se faz jornalismo. Nunca lá vi, de Aznar a Rajoy ou de Gonzalez a Zapatero e respectivas hostes, qualquer tipo de carta como esta que lhe escrevo questionando a isenção do jornal.
Para o caso de o Vieira já não se lembrar, termino com uma notável citação do eng. Torres Campos, Comissário-Geral da Expo 98: "Perante um monumento, aos jornalistas só interessa se existem pregos tortos".
José Manuel Faustino

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