quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Mais mil milhões, menos mil milhões

Acabei de ler o artigo (escrito por Rosa Soares) sobre o último orçamento norte-americano no PÚBLICO do dia 5 de Fevereiro ["Bush apresenta despesa recorde e défices ultrapassam 400 mil milhões de dólares", pg. 31] e não consigo deixar de estar estupefacto com os erros em relação aos números apresentados. As minhas suspeitas de que algo estaria errado surgiram com a referência feita a milhões de milhões quando se fala em biliões: "Bush apresentou um plano de despesas que ultrapassa pela primeira vez os três biliões de dólares (milhões de milhões)." Esperava que os jornalistas do PÚBLICO soubessem que para os norte-americanos um bilião é um milhar de milhões e não um milhão de milhões. Em seguida, fiz uma pesquisa rápida na internet e facilmente encontrei toda a informação na página oficial da Casa Branca (http://www.whitehouse.gov/omb/budget/fy2008/summarytables.html). Comecei a comparar números e cheguei a conclusão de que são raros os números iguais no artigo e na página. Esperava uma maior qualidade na redacção dos artigos no PÚBLICO. Depois disto, vai ser muito difícil para mim acreditar nos números que possam aparecer em artigos no vosso jornal.

Nuno Curado

RESPOSTA. Por solicitação do provedor, a jornalista Rosa Soares produziu o seguinte esclarecimento:

O leitor tem toda a razão em relação à questão de os biliões, para os norte-americanos, serem milhares de milhões e não milhões de milhões. O próprio Livro de Estilo do PÚBLICO tem essa informação. Não serve de desculpa, mas gostaria apenas de dizer que a primeira informação que li sobre a matéria falava em triliões. Acabei por utilizar a informação de várias agências internacionais que referiam biliões, tendo sido traída pela primeira referência. A notícia foi construída com base em informação difundida por agências de informação internacionais (Reuters, AFP) e não por consulta directa à informação oficial, o que evitaria o erro. Peço desculpa aos leitores do PÚBLICO e agradeço a chamada de atenção de Nuno Curado.

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